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Ctrl + 1 (menu) Ctrl + 2 (conteúdo) Ctrl+ 3 (busca) Ctrl + 4 (mapa) Ctrl + 0 (acessibilidade)Segundo documentos e relatos de Antônio Gilson Martins, descendente de Valeriano Francisco de Souza e de Dona Juliana, o qual demonstrou numa planta da Fazenda onde consta a Escritura dos herdeiros que, esta Fazenda, em meados do século XIX, pertenceu a Valeriano Francisco de Souza e Juliana Maria de Menezes, residentes no local denominado Costa da Serra, no 2º Distrito de Taquary (Bom Retiro do Sul), numa área de 10.377.192 m², desde o Arroio Capivara em linha reta, até o lugar onde hoje é Localidade do Matutu. Com o falecimento de Valeriano a Fazenda passou a ser dirigida por Dona Juliana.
\r\nNa distribuição das terras, no local onde está o grande açude, seu Valeriano, vendo que o lugar tinha uma bela paisagem, construiu uma casa estilo portuguesa onde viveu por muito tempo com sua esposa, Dona Juliana. Ainda em vida, dividiu todo território a si pertencente, sendo que algumas partes ele deixou para seus descendentes e outras, vendeu a interessados. Uma das áreas herdadas foi a casa e o açude para a filha Maria Cândida (Maruca) e junto lhe deu uma porção de terras em nome de seu marido Cândido Garcia de Azevedo. Em honra à mãe Juliana, a Fazenda eterniza-se como Fazenda Juliana.
\r\nGilson relata que, segundo histórias que o casal contava, não tiveram filhos biológicos, somente adotivos, criando-os com amor e carinho e, quando idosos, dividiram a Fazenda, distribuindo-a a seus descendentes. Afirmou também que, poucos anos antes de 1881, quando reformada e ampliada, a casa foi negociada com Procópio Francisco de Souza, filho do senhor Valeriano, nascido em 10/07/1854 no local e casado com Rosa, nascida em 24/12/1867, que tinha terras e residia perto do Arroio Capivara. Este, na divisão e distribuição de seus bens, presenteou a propriedade para o filho, Leontino Dornelles Martins, nascido no local, em 26/03/1887, casado com Filisbina (Binóca), nascida em 14/05/1887. Como seu pai havia feito, seu Leontino também o fez, presenteou a Fazenda a seu filho João Dornelles Martins, nascido no local em 23/11/1923 e, este fora casado com Maurícia Silva Martins, nascida em 23/02/1933. Hoje, quem tenta preservar o lugar é Antônio Gilson Martins, nascido no local, em 18/01/1959.
\r\nA Casa Grande, em estilo português, tem 26 portas, 22 janelas com vidraças expostas. Na época, quem tinha janelas com vidro representava poder econômico, por ser artigo vindo de outros países e tinha alto preço; a casa é distribuída em quartos para os pais, filhos e visitas; com salas espaçosas, cozinha e despensas só com a porta de entrada, pois o local não podia ter radiação de luz, preservando assim, a naturalidade dos produtos alimentícios; varanda e banheiros que foram construídos, a partir da metade do Século XX.
\r\nAs paredes externas da casa foram construídas em pau a pique, cavacos de pedra, ripas e barro, as mais recentes têm a presença de areia e cal; as paredes internas eram de tábuas estreitas de madeira de lei, bem como as janelas e portas constituídas de madeira de cedro e louro; as telhas em forma de canoa, presume-se terem sido moldadas nas coxas dos escravos.
\r\nQuanto ao açude, que fica em frente à propriedade, também foi construído na época da primeira parte da casa grande com ajuda de escravos que cavavam a terra com ferramentas trazidas por seus donatários. Erguiam o muro ou a taipa levando a terra em couro de boi e as pedras arrastadas com cordas ou sendo roladas. Acredita-se que na lagoa tenha, além de peixes, capivaras e até jacarés. As águas, além de serem usadas para as necessidades básicas da Casa Grande, também eram usadas para os animais e para mover a Serra de Engenho e a atafona, mais recentemente, também movia uma turbina para a geração de energia elétrica à propriedade.
\r\n<>Na atafona era produzida farinha de mandioca e junto havia uma roda d´água que movimentava um moinho para a produção de farinha de milho e também uma serra para o corte de tábuas para serem usadas na construção de estabelecimentos na propriedade e para vender na região, assim como os outros produtos.